Publicado em 25/02/2012/sábado.
Por Agasp Brasil
Como captar recursos na bolsa de Toronto sem a estimativa comprovada da reserva mineral da mina de Serra Pelada, já que essa é a principal exigência para angariar o dinheiro? Uma pergunta para gringo responder.
Repercutiu positivamente no meio garimpeiro a decisão do Ministério de Minas e Energia em convocar para o próximo dia 1º de março o diretor executivo de operações da Colossus, Paulo de Tarso Serpa Fagundes, para dar explicações sobre a parceria feita com a Coomigasp, bem como sobre o andamento das obras de implantação da mina de Serra Pelada.
Os garimpeiros comemoraram o fato de a Agasp Brasil ter se empenhado junto ao MME, solicitando diretamente ao ministro Edison Lobão que exigisse da Colossus os relatórios atualizados da reserva mineral e o prazo da produção da mina, prometido para este ano de 2012. Mas a pauta de questionamentos será muito mais ampla do que se imagina. O TAC assinado entre os representantes da Colossus e da Coomigasp junto ao governo federal será a principal cartilha que norteará a condução da reunião.
SEM AUDITORIA
De 04 de maio de 2010 até a presente data, a SPCDM, empresa constituída pela Coomigasp e Colossus, ainda não realizou uma auditoria de sua contabilidade e das demonstrações financeiras por uma das cinco maiores empresas de auditoria do mundo. A regra está estabelecida no parágrafo primeiro da segunda cláusula do Termo de Compromisso. Essa é uma das principais exigências do documento. Se a Colossus até agora não fez isso, por seu lado, a Coomigasp comete a negligência de não ter pedido informações ou não ter examinado as contas e balanços financeiros, ou mesmo qualquer outro documento da SPCDM , conforme lhe dá direito o parágrafo segundo da mesma cláusula do TAC. Gesse anunciou em Brasília que fará isso agora.
BAMBURRO NA BOLSA
Quando for perguntado para o COO Paulo de Tarso, recém-contratado pela Colossus para atuar em Serra Pelada, sobre o quantitativo captado na bolsa de Toronto nos últimos cinco anos, talvez ele não saiba responder a cifra exata. Foram 700 milhões ou 800 milhões de dólares canadenses? Como captar recursos na bolsa de Toronto sem a estimativa comprovada da reserva mineral da mina de Serra Pelada, já que essa é a principal exigência para angariar o dinheiro? Só a Colossus acha que podem existir dois mundos. As informações sonegada ao mundo daqui pode servir para especular no mundo de lá. Talvez seja esse o único motivo que está levando a empresa parceira dos garimpeiros a não afirmar com certeza se a produção da mina irá mesmo acontecer em 2012. No exterior, o Sr. Claudio Mancuso, Diretor Presidente (CEO)da Colossus, não esconde que a produção da mina de Serra Pelada irá acontecer somente em 2013. Para os garimpeiros, essa dúvida não pode permanecer.
DINHEIRO ANTECIPADO
O jogo da desinformação ou da não informação correta, que deve permear todo grande empreendimento, pode sair muito caro para a Colossus. O secretário Claudio Scliar incorporou o mesmo desejo da Agasp Brasil de que, se não houver produção este ano, os gringos controladores da Colossus terão que bancar um adiantamento em dinheiro aos 38 mil garimpeiros acionistas da SPCDM. É justo. Essa imposição social será a grande arma para saber se realmente a Colossus está querendo mesmo implantar uma mina, e aí terá que dar uma prova afirmativa, ou estaria apenas a especular na bolsa utilizando o nome do distrito mineral de Serra Pelada. Esse é o grande antídoto que fará aparecer a verdade.
CONSELHO FISCAL DE OLHO NAS CONTAS DA SPCDM
O presidente do Conselho Fiscal da Coomigasp, Nilbert Santos (foto), anunciou ontem no final da tarde que expedirá oficio no dia 1º de março ao Diretor Executivo de Operações da SPCDM, Paulo de Tarso Serpa Fagundes, solicitando cópia dos balancetes financeiros dos dois últimos anos correspondentes aos exercícios de 2010 e 2011. Ele disse em não acreditar que esse seu pedido seja negado pela direção da S.A., uma vez que esse direito está estabelecido pelo TAC, em seu parágrafo segundo da cláusula primeira, que dá o direito à Coomigasp, a qualquer tempo, de pedir informações a administração da Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral ou examinar suas contas e quaisquer documentos que considerar pertinentes. “Como presidente do Conselho Fiscal da cooperativa, acreditamos que também temos essa prerrogativa e, além do mais, temos a obrigação e a responsabilidade de acompanhar de forma prévia o que está sendo aportado em nome da cooperativa”, disse Nilbert Santos. Ele elogiou a atitude de Gesse Simão em fazer o mesmo.
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